Saliva x Halitose

Saliva X Halitose

Saliva X Mau Hálito:

Quando há alteração dos padrões salivares como a redução do fluxo e/ou aumento da viscosidade salivar, observa-se maior predisposição a estagnação de células epiteliais descamadas, bactérias, fungos, leucócitos, mucina salivar e resíduos alimentares. Este material se depositará sobre a mucosa bucal, gengivas, amígdalas e, em maior quantidade, na língua (saburra lingual). Após sua deposição será degradado por bactérias anaeróbicas proteolíticas e o resultado é a elevação da concentração dos compostos sulfurados voláteis e a manifestação de halitose exacerbada.


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Fatos Históricos

Fatos Históricos


Saliva – Fatos históricos

Até meados do século XVII a saliva era considerada um excremento constituído de impurezas do sangue e do espírito. Era muito comum o emprego de doses maciças de substâncias que estimulavam a salivação e sangrias para promover a cura de doenças e eliminação de “maus espíritos”.

Antigamente, os membros da corte judicial avaliavam o fluxo salivar para detectar mentiras. O acusado recebia uma porção crua de arroz para mastigar, caso não se formasse uma massa compacta ficava caracterizado seu medo evidenciando-se assim, sua culpa.

GARRETT, JR. Changing attitudes on salivary secretion – A short history on spit. Proc R Soc Med n. 68, p. 553-560, 1975. apud MANDEL, I. The functions of saliva. J Dent Res, n. 66, p. 623-627, 1987.

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Muita Saliva

Muita Saliva

A saliva tem um importante papel na saúde bucal e sistêmica. Dentro dos transtornos do fluxo salivar pode-se citar o aumento da salivação. Utilizam-se os termos hipersecreção, hipersalivação e ptialismo para descrever o aumento do fluxo de saliva. O termo sialorréia deve ser limitado à sensação de aumento do fluxo salivar.Vários fatores podem atuar de forma concomitante na hipersecreção salivar.

Causas fisiológicas:

Ø Os lactantes têm uma descarga salivar maior até que se desenvolvam os reflexos musculares iniciais da deglutição e do selamento labial. Mais adiante a erupção da dentição, com o incremento da atividade oral podem provocar salivação excessiva.

Ø Durante a gravidez também existe um amento da salivação, principalmente entre o segundo e o quinto mês de gestação.

Causas patológicas:

Ø Alterações do aparelho digestivo:
Origem bucal: dor oral, pulpites, periodontites e irritações locais (feridas produzidas por próteses mal adaptadas ou por dentes fraturados). O fluxo salivar aumenta por excitação das terminações sensitivas da região, desencadeando o mecanismo de defesa. Alterações inflamatórias faríngeas ou amidalites também podem originar ptialismo.
Causas esofágicas: espasmos, câncer, introdução de corpos estranhos no esôfago.
Causas gástricas: hérnia de hiato, úlcera duodenal que provoca pirose e hipercloridria e produz uma hipersalivação para neutralização do ácido.
Causas intestinais: helmintíases.
Causas hepáticas: litíase e hepatite viral.

Ø Intoxicações exógenas por mercúrio, iodo ou chumbo e endógenas como uremia.

Ø Na fase crítica de determinadas enfermidades infecciosas.

Ø Causas neurológicas: neuralgias faciais, doença de Parkinson e epilepsia.

Ø Causas endócrinas: hipertireoidismo e pseudo-hiperparatireoidismo.

Ø Causas farmacológicas: determinadas drogas podem alterar a produção de saliva. O mecanismo de ação é múltiplo e atua por diversas vias produzindo uma ampla variedade de efeitos farmacológicos. Podem alterar os receptores de acetilcolina ou inibir a colinesterase. Os fármacos geralmente empregados são a pilocarpina e levo-dopa.

Ø Outras causas: síndrome de Riley-Day (caracterizada pela transpiração excessiva, sialorréia, erupções cutâneas e flutuação na pressão arterial). Em 1989 Lieblich descobriu uma nova forma de sialorréia denominada sialorréia paroxística idiopática, na qual a produção excessiva de saliva se dá uma ou duas vezes na semana com duração de 2 a 5 minutos, esses episódios são precedidos por náuseas e dor epigástrica.

Ø As causas da hipersalivacão devem ser pesquisadas considerando a presença de problemas psicogênicos, assim como a incontinência labial ou uma deficiência de deglutição.

Conseqüências:
Estas variam dependendo da intensidade da hipersecreção. Freqüentemente há descamação dos lábios, queilite angular e dermatite ao nível do mento.
Pode apresentar ocasionalmente fadiga muscular por uma constante deglutição. Também pode haver mudança no paladar (ácido, doce, metálico).
Em alguns casos, pode haver uma barreira social, pois os pacientes acabam possuindo um aspecto desagradável e incômodo, com uma face característica e odor desagradável pelo acúmulo constante de saliva.

Como é o tramento Periondontal

Como é o tratamento


Periodontia - Como é o Tratamento Periodontal

Antes de iniciarmos o seu tratamento, você passará por uma avaliação com nossa higienista. Ela verificará a quantidade de placa bacteriana presente e lhe orientará sobre como controlá-la através de hábitos corretos de higienização como: escovação, uso do fio dental, limpeza de sua língua, etc, fundamentais para a manutenção de sua saúde periodontal.

Após a sessão com a higienista, será então iniciado seu tratamento. A gravidade de sua doença determinará o tipo de tratamento a ser seguido, assim como o número de consultas necessárias. Em casos de periodontites graves, a prescrição de antibióticos poderá se tornar necessária principalmente para pacientes diabéticos, cardiopatas, etc.

  • Limpeza superficial - raspagem e polimento

Estes procedimentos abrangem a remoção do "tártaro calcificado", particularmente atrás dos dentes anteriores inferiores e a remoção das manchas através do polimento com discos ou escovas rotatórios de borracha. Este último tratamento é aplicado principalmente por motivos estéticos.

  • Limpeza profunda - raspagem sob a margem gengival e alisamento radicular

Este procedimento é mais difícil e demorado. Muitos pacientes o acham desconfortável e preferem a aplicação de uma anestesia local. Dependendo da quantidade de tratamento necessário, várias consultas podem ser exigidas, para que se cuide apenas de alguns dentes de cada vez. Um paciente que tenha uma doença avançada, moderadamente generalizada, pode precisar de quatro a seis consultas de 30 a 45 minutos cada.

O dentista/higienista usa basicamente dois tipos de instrumentos:

    1. Instrumentos projetados para a raspagem manual;
    2. Instrumentos vibratórios - sondas finas que vibram em alta freqüência (geralmente ultra-sônica), resfriadas com jato de água.

O dentista pode aconselhar o uso de um colutório anti-séptico imediatamente após este procedimento.

Aproximadamente após 45 dias do término de seu tratamento, será marcada, uma nova consulta (a qual não será cobrada) para que seu tratamento periodontal seja reavaliado. Nesta consulta lhe será indicado a periodicidade dos retornos necessários para a manutenção de sua saúde, possíveis indicações cirúrgicas. A maioria das cirurgias são executadas sob a ação de uma anestesia local. Depois do dente e da gengiva estarem completamente insensíveis, é feita uma incisão para permitir que o tecido gengival seja elevado e afastado do dente. As partes inflamadas mais profundas do tecido gengival. são removidas e as superfícies radiculares dos dentes são completamente limpas com os mesmos tipos de instrumentos usados na raspagem e no alisamento radicular. Alguns ajustes podem ser feitos no formato da gengiva. Ela é então reposta ao redor do dente com suturas e, às vezes, com um cimento ou revestimento, e, consequentemente, ocorre o controle de sua doença periodontal.

Aviso Importante: O objetivo destas páginas Web é facilitar a comunicação de informações odontológicas. Em nenhuma circunstância elas devem substituir a atenção por parte de um profissional da saúde.

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Saúde Bucal

SAÚDE BUCAL

Doença Periodontal:
Gengivite e Periodontite - prevenção e tratamento




“ A essência de um bom tratamento periodontal depende da comunicação apropriada e adequada com o paciente sobre a doença em si e os cuidadosa bucais necessários para manter a saúde”.

As Doenças Periodontais(D.P) são doenças infecto-inflamatórias que afetam os tecidos de proteção(gengivas) e sustentação dos dentes (ligamento periodontal e osso),causadas por bactérias presentes na placa. A placa bacteriana ou biofilme dental é um agrupamento de bactérias que acumula na superfície dental. As alterações mais freqüentes em termos de doença são: gengivite (inflamação na gengiva) e periodontite (perda de suporte ósseo dos dentes). Estas duas doenças são altamente prevalentes, sendo uma das principais causas de perdas dentárias na população em geral.
No entanto, tivemos um progresso extraordinário na compreensão da D.P nos últimos anos, apontando novos caminhos para o diagnóstico, tratamento, prevenção e manutenção de saúde bucal nos pacientes portadores destas infecções.
Dentro de um processo de saúde-doença periodontal, encontramos um balanço entre a agressão, representado pela placa bacteriana e uma resposta imuno-inflamatória do indivíduo. Evidencia-se que o desenvolvimento da doença é dependente não somente da presença de microorganismos, mas de um indivíduo susceptível à doença. Este conceito também está por trás do entendimento de gengivites e periodontites como doenças distintas (diferentes) e não mais tendo a visão da periodontite como progressão da gengivite. Elas possuem etiologias(causas) diferentes.


GENGIVITE

O desenvolvimento da gengivite se dá a partir do acúmulo de placa bacteriana supragengival (acima da gengiva). Todo indivíduo que deixar acumular bactérias sobre as superfícies dos dentes, desenvolverá uma inflamação na margem da gengiva em poucos dias. Existem fatores de risco induzidos por medicamentos e hormônios (nifedipinas para cardiopatas, hidantoína para epiléticos e anticoncepcionais orais), que podem modificar uma gengivite existente. Podendo ter influência de fatores sistêmicos como diabete, distúrbios hormonais, imunológicos e outros.
As características clínicas principais são sangramento da margem gengival ao escovar os dentes ou espontaneamente, vermelhidão, edema, mudança de textura (flacidez) da gengiva,desconforto e mau hálito.

O tártaro (cálculo), que se forma sobre a superfície do dente, é uma placa bacteriana mineralizada, endurecida, que não pode ser removida com a escovação. O tártaro não causa o problema, mas, a sua presença, compromete a saúde gengival. Ele apresenta uma superfície porosa, na qual acumulam mais bactérias, favorecendo a uma maior retenção de placa. Existem pessoas com maior formação de tártaro supragengival que pode estar relacionado não somente com a quantidade de placa acumulada, mas com a quantidade de minerais ( cálcio, fosfato...) presentes na saliva. Neste caso, indica-se o uso de cremes dentais anti-tártaro, afim de diminuir a sua formação. O tártaro não só prejudica a saúde gengival como compromete a estética, absorvendo manchas com mais facilidade, principalmente naquelas pessoas que fumam ou tomam chá e café.

Para evitar a gengivite, preconiza-se a correta escovação dos dentes e gengivas e uso do fio dental ou escovas interdentais pelo menos uma vez ao dia. A placa bacteriana ou biofilme dental (comunidade bacteriana organizada), que se forma continuamente nos dentes, se não for removida diariamente por meio dos cuidados bucais realizados pelo paciente, poderá inflamar a gengiva ao redor do dente.

Uma vez já instalada a gengivite, recomenda-se um exame periodontal realizado pelo dentista ou periodontista, onde se fará um diagnóstico correto da enfermidade. Os tratamentos mais freqüentemente usados são a remoção da placa e tártaro (placa mineralizada) em sessões de raspagem e alisamento da superfície dentária e instrução de higiene bucal individualizada. A instrução de higiene é aspecto mais importante do tratamento da gengivite. Portanto, o dentista conseguirá sanar o problema fazendo o tratamento adequado, removendo os fatores de retenção de placa (tártaro, restaurações mal adaptadas, cáries, próteses desadaptadas, restos de raízes), facilitando a higiene pelo paciente.

Após o tratamento local, temos o restabelecimento da saúde gengival de 7 a 21 dias. O importante é a disciplina na escovação diária e manutenção periódica ao dentista. As pastas de dentes mais indicadas são as que contém produtos anti-placa e anti-tártaro, comumente encontradas na maioria dos cremes dentais com efeito Total.

Sempre que a gengiva sangra ela está inflamada. Neste locais onde ocorre o sangramento, deve-se intensificar e aprimorar o uso do fio dental e escovas. Esta doença é reversível desde que tratada adequadamente e os tecidos de suporte (osso e ligamento periodontal) dos dentes não tenham sido atingidos.


PERIODONTITES


São dependentes não somente da presença de uma microbiota patogênica(bactérias), mas de um indivíduo suscetível à doença. Elas podem ainda ser afetadas por fatores modificadores genéticos (hereditariedade), ambientais (fumo) e sistêmicos (diabetes).Esta inflamação acomete os tecidos subgengivais(abaixo da gengiva). As bactérias que ali se encontram são mais agressivas, causando maior destruição: perda óssea, sangramento periodontal, formação de bolsas periodontais, retração gengival, alteração na posição dos dentes, mau hálito, mobilidade e perdas dentárias. Ocorre mais freqüentemente em indivíduos adultos acima de 35 anos, podendo atingir jovens ou até mesmo crianças.
As características nem sempre são perceptíveis principalmente no início e nestes casos somente o exame clínico periodontal e radiográfico poderão identificar a doença.


O tratamento baseia-se na remoção da causa através de sessões de raspagem e alisamento radicular (RASUB- raspagem subgengival), orientação de higiene bucal e motivação do paciente. Nos casos de Periodontite, deve-se ter um bom controle de placa afim de evitar reinfecção bacteriana. É importante o uso de escova interdental, escova unitufo para complementar a escovação usual. Outra alternativa coadjuvante é o uso de colutórios para higiene bucal contendo clorhexidine 0.12%,durante o tratamento periodontal. Porém deve-se cuidar os efeitos adversos com o uso contínuo deste produto, como mancas nos dentes e perda do paladar. O principal objetivo do tratamento periodontal é estabilizar a perda de inserção óssea e assegurar que o trabalho conjunto do profissional e do paciente evite o retorno ou agravamento da infecção periodontal.

De acordo com os resultados do tratamento são estabelecidas visitas periódicas ao periodontista para diagnosticar e evitar a recolonização bacteriana eliminando a recidiva da doença. Cabe lembrar, que todos os dias se aderem novas bactérias nos nossos dentes. Portanto, o diagnóstico precoce e higiene oral aprimoradas são as principais armas que temos para evitar a inflamação e progressão da periodontite.

Durante e/ou após o tratamento periodontal, na presença de retração gengival, pode-se apresentar um quadro de hipersensibilidade dentinária devido à exposição da porção radicular do dente. Este sintoma, na maior parte das pessoas, gera dor e desconforto diante de estímulos como o frio, quente, cítrico ou doce, quando entra em contato com a superfície exposta da raiz. Como prevenção pode-se proteger o colo exposto através do uso de cremes dentais para dentes sensíveis (apresentando nitrato de potássio 5% ), Fluoreto de sódio 0.05%, verniz com flúor, terapia com laser, cobertura radicular (restauração) e ,alguns casos, enxerto gengival. Deve-se evitar escovação traumática, o uso de escovas com cerdas duras e cremes dentais muito abrasivos.

Não é possível o tratamento destas doenças somente com medicamentos. A placa bacteriana aderida ao dente, juntamente com o tártaro deve ser removida mecanicamente através do tratamento realizado pelo periodontista e controle de placa bacteriana pelo paciente. Em casos que se necessite o uso de antibiótico, no auxílio ao tratamento periodontal é preciso monitorar quais bactérias são responsáveis pela ocorrência da doença e identificar a quais antibióticos elas são sensíveis, afim de evitar o uso indiscriminado desta medicação. O antibiótico só agirá no momento em que já tenha sido realizado uma abordagem subgengival (remoção do biofilme subgengival), RASUB, nas periodontites. Em alguns casos, em que a terapia não seja satisfatória, tratamentos adicionais podem ser necessários, tais como acesso cirúrgico para raspagem radicular, remoção de raízes e tunelizações, entre outros.

As visitas de manutenção devem assegurar a estabilidade da condição de saúde alcançada com o tratamento e assim evitar a progressão da doença com a sua recidiva (retorno). Pacientes que aderem a este sistema de rechamadas para a mantutenção Periódioca Preventiva consegue manter mais os seus dentes ao longo do tempo. A periodicidade varia de paciente para paciente, depende da cooperação durante ao tratamento, o grau de severidade do problema e o seu autocuidado no controle de placa no dia a dia. Recomenda-se de acordo com as evidências científicas que as rechamadas tenham uma periodocidade de 3-3 meses para casos mais avançados de Periodontite e nos demais , 4-6 meses.




• Gengivite: Este é o primeiro estágio da inflamação gengival causada pela placa bacteriana que se forma na margem da gengiva. Se a escovação e o uso do fio dental diariamente não forem suficientes para remover esta placa, ela produzirá toxinas que podem irritar o tecido gengival, causando a gengivite. Você pode notar algum sangramento durante a escovação e o uso do fio dental. Neste primeiro estágio da doença, o dano pode ser revertido.

Periodontite: Neste estágio, o osso e as fibras de sustentação que mantêm os dentes em posição são irreversivelmente danificados. Ao redor da sua gengiva pode começar a se formar uma bolsa que avança para baixo da gengiva e onde ficam armazenado o tártaro e a placa bacteriana. O tratamento dentário adequado e a higiene bucal minuciosa em casa, em geral, podem ajudar a prevenir danos maiores.

Periodontite avançada: Neste estágio final da doença, as fibras e os ossos de sustentação dos dentes estão destruídos, o que faz com que os dentes migrem ou mudem de lugar ou se tornem abalados ou com mobilidade. Isto pode afetar sua mastigação e estética. Se o tratamento não for eficaz, você corre o risco de perder seus dentes.

Dentro de um contexto de promoção de saúde, uma boa higiene bucal é uma das medidas mais importantes que você pode adotar para manter seus dentes e gengivas saudáveis. Isto contribui não só para que você tenha uma boa aparência, mas também, para que você possa falar bem e mastigar corretamente os alimentos. Manter uma boca saudável é importante para o bem-estar geral do indivíduo. Os cuidados diários preventivos, tais como uma boa higiene bucal, ajudam a evitar que os problemas dentários se tornem mais graves. Devemos ter em mente que a prevenção é a maneira mais econômica, menos dolorida e menos preocupante de se cuidar da saúde oral e que ao se fazer prevenção estamos evitando o tratamento de problemas mais graves.

Existem medidas simples que cada indivíduo pode tomar para diminuir significativamente o risco do desenvolvimento de cáries, gengivites, periodontites e outros problemas bucais. E a nós dentistas, o grande desafio não é somente restaurar a saúde bucal, mas promovê-la e mantê-la em todos os indivíduos.

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Conceitos de Doença Periodontal

DOENÇA PERIODONTAL

O que é periodonto?

É o conjunto de tecidos que está ao redor do dente e que é responsável pela sua fixação: gengiva, osso alveolar e fibras que ligam a raiz ao osso.

O que é Doença Periodontal ? É a mesma coisa que gengivite?

E o comprometimento dos tecidos periodontais pelo processo inflamatório, que leva à reabsorção do osso que está ao redor das raízes dos dentes, enquanto que, na gengivite, não há alteração óssea, pois a inflamação atinge a gengiva.

Como posso saber se tenho a Doença Periodontal?

O sinal mais característico é o sangramento, mas devemos estar atentos também para: alterações na posição dos dentes, mobilidade retrações gengivais, retenções de alimento, inchaço etc.

Ao perceber sangramento durante o uso do fio dental, devo suspender esse procedimento de limpeza?

Não, desde que esteja passando o fio corretamente. O sangramento denota a presença de bactérias nessa região e, dessa forma, é conveniente continuar com o uso do fio na tentativa de removê-las.

Existem medicamentos indicados para o tratamento?

Não é possível o tratamento desta doença somente com medicamentos, sejam estes locais ou sistêmicos. A placa bacteriana aderida ao dente tem que ser removida mecanicamente.

Qual a causa da Doença Periodontal?

A placa bacteriana aderida ao dente é a única causa, porém algumas alterações na gengiva podem estar associadas a causas hormonais, uso de alguns medicamentos, queda de resistência etc.

Como o tratamento é realizado pelo cirurgião-dentista?

É feito com a remoção da placa bacteriana aderida através de raspagem e alisamento das raízes dos dentes. Quando os instrumentos de raspagem não atingem toda área da raiz comprometida, as cirurgias são indicadas para facilitar o acesso.

Uma vez tratada a doença, os tecidos recuperam-se integralmente?

Não, sempre ficam seqüelas, com exceção das gengivites. A doença periodontal deixa como seqüelas alterações estéticas como: deslocamento na posição do dente, retração gengival com conseqüente aumento no comprimento do dente etc. Existem procedimentos cirúrgicos e protéticos que podem minimizar esses defeitos.

E de quando em quando se fazem os retornos para a manutenção após o tratamento?

As visitas para manutenção devem assegurar a estabilidade da condição de saúde alcançada com o tratamento e, assim, evitar tanto a progressão da doença como a sua recidiva.

É possível prevenir esta doença?

A sua prevenção pode ser feita unicamente removendo a placa bacteriana através de limpeza bucal doméstica com fio dental e escova, mais limpezas periódicas feitas pelo dentista. Nos casos mais avançados, recomenda-se uma periodicidade de 3/3 meses e de 4/6 meses para a maioria das pessoas.

Prevenção: Limpeza bucal doméstica + Limpeza profissional de 6/6 meses.




Periodontia


A Periodontia é a especialidade que trata da periodontite estudando a gengiva e os tecidos moles da boca. O objetivo do tratamentoé estabilizar para não ocorrer as perdas dos dentes e assegurar que o paciente não volte a ter novos problemas de periodontite.

O que é doença periodontal?
A doença periodontal ou periodontite é uma infecção bacteriana que afeta as fibras de inserção (gengiva) e afeta o osso de suporte que mantêm os dentes alinhados na boca, dando harmonia ao seu sorriso.

periodontia

Por que fazer um exame de periodontite?
Para se prevenir de doenças mais graves. Um exame periodontal é a forma fácil de determinar como esta sua saúde bucal. No exame, uma micro sonda é inserida entre seus dentes e a gengiva para verificar sua saúde periodontal.

Desta forma é possível diagnosticar com precisão a necessidade de um tratamento precoce da doença periodontal podendo assim evitar problemas futuros como a perda de dentes ou a necessidade de implantes. Este simples exame pode ajudá-lo a conservar seus dentes por toda sua vida.

Quem precisa fazer este exame?
Todas as pessoas precisam fazer o exame periodontal. Este exame é uma forma de se prevenir contra problemas mais graves como infecções e perdas dos dentes. Se você nunca fez este tipo de exame converse com seu dentista e marque já uma consulta. Prevenir é melhor do que tratar.

Como é feito o tratamento?
Primeiro o periodontista irá controlar a infecção para poder remover a placa. A remoção da placa poderá ser feita através de raspagem, remoção do tártaro (placa), granulação e toxinas da gengiva. A raiz do dente será alisada para eliminar pontos de acúmulo de germes, permitindo que a gengiva fique mais aderida ao dente.

Ainda existe outra alternativa que é o uso de um líquido para higiene bucal contendo uma clorhexidine. em alguns casos o dentistas pode prescrever antibióticos que ajudam a eliminar os causadores da periodontite.

É necessário realizar uma cirurgia periodontal?
A cirurgia pode ser necessária, caso a raspagem e o alisamento não controlarem a infecção, ou se esta estiver muito avançada e incluir perda óssea ao redor dos dentes. A Cirurgia é feita com anestesia local sem causar dores ao paciente. “A cirurgia é realizada levantando-se a gengiva, removendo-se o tártaro e suturando-a de volta no lugar”.

Clareamento Caseiro


Por conta da falta de tempo do paciente para ir ao consultório, neste caso usamos o clareamento caseiro com moldeira por cinco semanas. O resultado foi muito bom graças à dedicação do paciente – que foi bastante disciplinado e usou o clareador duas vezes ao dia durante as cinco semanas.


Melhorando um Sorriso


A paciente desta foto tinha os incisivos centrais menores do que os demais dentes do mesmo arco, dando um aspecto de sorriso triste. Além disso, havia muitas restaurações em resina com infiltrações e cáries. Para resolver o problema, utilizamos um novo tipo de porcelana fundida muito resistente e com estética perfeita chamada EMAX, por obter maior resistência. O protocolo para alterar a linha do sorriso foi feito em algumas etapas, que são: o estudo prévio do caso, fotografias e confecção de Mocap, que seria um “ test drive” em resina da nova linha do sorriso, dessa maneira antes do trabalho ficar pronto, dentista e paciente podem ter noção de como o trabalho resultará. Foram feitas simulações em resina na boca do paciente para adequar a linha ideal de sorriso de acordo com o lábio inferior.

Reconcontorno com Faceta em Resina


Em alguns casos, não é necessário uma mudança muito grande nos dentes para se obter uma estética mais agradável. Pequenos detalhes, como alinhamento, forma e até a cor dos dentes podem ser melhorados com resina. No caso da foto, um dos dentes da frente (incisivos centrais) era menor e mais para dentro do que o outro, o que ocasionava uma desarmonia no sorriso. O problema foi resolvido em uma única consulta, e as vezes é possível realizar esse tipo de procedimento até mesmo sem anestesia.

Restauração em Resina Fotopolimerizável


Este é um caso de cárie inter-dental e fratura bastante complicado da odontologia estética pois envolve uma parte lateral do dente e a cor nessa região é difícil de ser acertada. Este tipo de restauração é feita em uma única consulta, mas pode ser necessário algumas sessões de acabamento e polimento.

Troca de Amálgama por Porcelana


Trocar as restaurações em amalgama por restaurações em porcelana é muito comum hoje em dia, mas muita gente faz isso unicamente por razões estéticas. O problema é que esse tipo de troca só deve ser feita quando há algum motivo. No caso apresentado na foto, por exemplo, fizemos a troca pois as restaurações antigas apresentavam infiltrações marginais porque já eram antigas. . Infiltração Margina, é quando por tempo ou por falta de eficiência na técnica na interface entre o remanescente dental e a incrustação, ocorre a entrada de saliva, bactérias e alimentos. Não é necessário a troca de amalgama por apenas motivos de estética tendo em vista que toda troca há desgaste nos dentes por minimo que seja, então se o amalgama estiver em boas condições e sem infiltrações não há problema em manter a restauração em amalgama.

Odontologia Cosmética Restauradora


Atualmente, cerca de 43% da população sofre com bruxismo – o famoso ranger de dentes durante o sono. Por conta disso, é comum que as pessoas lasquem seus dentes incisivos e caninos, mas o problema pode ser concertado com muita facilidade utilizando resina composta. Com a resina é possível devolver a anatomia correta dos dentes.

Em alguns casos, antes de solucionarmos um problema estético é preciso devolver a perfeita saúde bucal ao paciente e condicioná-lo a um nível superior de higiene oral, só assim, com a saúde oral regularizada, podemos dar início ao tratamento. Este paciente, por exemplo, apresentava doença periodontal grave chamada Periodontite Ulcerativa Necrosante Aguda, perda óssea e gengival muito grande. Doença Periodontal atinge a gengiva e os ligamentos,ossos e dentes, mais conhecida como Periodonto é causada por bactérias, acumulo de alimentos e má higiene bucal. Primeiramente, realizamos um tratamento periodontal para que alguns dentes fossem mantidos. Alguns, porém, precisaram ser extraídos para a colocação de implantes. Por cima dos dentes naturais e dos implantes, foram aplicadas coroas de porcelana pura fundida com interior opaco, esse tipo de porcelana foi escolhida para não transmitir a cor dos dentes, nem dos implantes, pois se fosse usado porcelana comum iria transparecer a cor escura dos dentes ou o acizentado dos implantes. Neste caso, o resultado satisfatório foi completamente atingido graças à colaboração do paciente – com a melhora da higiene bucal – e com as visitas regulares ao dentista.

A história da Odontologia

» História da Odontologia::

A Odontologia praticada no século XVI, a partir da descoberta do Brasil por Pedro Alvares Cabral em 22 de abril de 1500, restringia-se quase que só as extrações dentárias. As técnicas eram rudimentares, o instrumental inadequado e não havia nenhuma forma de higiene. Anestesia, nem pensar. O barbeiro ou sangrador devia ser forte, impiedoso, impassível e rápido.
Os médicos (físicos) e cirurgiões, ante tanta crueldade , evitavam esta tarefa, alegando os riscos para o paciente (possibilidade de morte) de hemorragias e inevitáveis infecções. Argumentavam que as mãos do profissional poderiam ficar pessadas e sem condições para intervenções delicadas. Os barbeiros e sangradores eram geralmente ignorantes e tinham um baixo conceito, aprendendo esta atividade com alguém mais experiente.
Em 1600, havia no Rio de Janeiro 300 colonos e suas famílias. Por certo deveriam existir "mestres"de vários ofícios,inclusive mestres cirurgiões e barbeiros, que "curassem de cirurgia, sangrassem, tirassem dentes, etc."Para exercer esta atividade os profissionais dependiam de uma licença especial dada pelo "cirurgião-mor mestre Gil", sendo os infratores autuados, presos e multados em três marcos de ouro ... (segundo anorma da Carta Régia de 25 de outubro de 1448, de El-rei D. Afonso, de Portugal, dando "carta de oficio de cirurgião-mór destes reinos"). A carta de ofício não se referia aos barbeiros e sangradores, havendo a possibilidade destes profissionais terem obtido licença do cirurgião-mór de Portugal.
Somente em 09 de novembro de 1629 houve, através da Carta Régia, os exames aos cirurgiões e barbeiros. A reforma do regimento em 12 de dezembro de 1631 determinava a multa de dois mil réis às pessoas que "tirassem dentes" sem licença. Parece que sangrador e tiradentes, oficios acumulados pelos barbeiros, eram coisas que se confundiam, podendo o sangrador também tirar dentes, pois nos exames de habilitação tinham de provar que durante dois anos "sangraram" e fizeram as demais atividades de barbeiro.
Para avaliar o significado e conceito de "barbeiro" temos na quarta edição do Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Eduardo de Faria, publicado no Rio de Janeiro em 1859: Barbeiro:s.m. - o que faz barba; (antigo) "sangrador", cirurgião pouco instruido que sangrava, deitava ventosas, sarjas, punha cáusticos e fazia operações cirúrgicas pouco importantes. -* Obs.: Nessas cirurgias pouco importantes incluiam-se extrações dentárias.
Em 1728, na França, Piérre Fauchard (1678-1761) com seu livro: Le Chirugien Dentiste au Traité des Dents, revoluciona a odontologia, inovando conhecimentos, criando técnicas e aparelhos, sendo juntamente cognominado "o pai de Odontologia Moderna".
Nesta época começava a exploração do ouro no Estado de Minas Gerais, com grande afluxo de interessados e José S. C. Galhardo é nomeado pela Casa Real Portuguesa, cirurgião-mór deste Estado, regulamentando os práticos da arte dentária.
ela lei de 17 de junho de 1782, para uma melhor fiscalização nas colônias portuguesas, em lugar de físico e cirurgião-mór, foi criada a Real Junta de Proto-Medicato. Constituida de sete deputados, médicos ou cirurgiões, para um período de três anos, caberia a estes o exame e a expedição de cartas e licenciamento das "pessoas que tirassem dentes".
Nas últimas décadas deste século, Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792) praticou a Odontologia que aprendera com seu padrinho, Sebastião Ferreira Leitão. Seu confessor, Frei Raymundo de Pennaforte disse sobre ele: "Tirava com efeito dentes com a mais sutil ligeireza e ornava a boca de novos dentes, feitos por ele mesmo, que pareciam naturais".
Volta ao Inicio Nesse período os dentes eram extraidos com as chaves de Garangeot, alavancas rudimentares, e o pelicano. Não se fazia tratamento de canais e as obturações eram de chumbo, sobre tecido cáriado e polpas afetadas, com consequências desastrosas. A prótese era bem simples, esculpindo dentes em osso ou marfim, que eram amarrados com fios aos dentes remanescentes. Dentaduras eram esculpidasem marfim ou osso utilizando-se dentes Humanos e de animais, retendo-as na boca por intermédio de molas, sistemas usados na Europa. Porém no Brasil, era tudo mais rudimentar.
Os barbeiros e sangradores aprendiam o ofício com um mais experiente e tinham que provar uma prática de dois anos sob a vista do mesmo. Após pagar a taxa de oito oitavos de ouro. Submeter-se-iam a exame perante o cirurgião substituto de Minas Gerais e dois profissionais escolhidos por este. Aprovados, teriam suas cartas expedidas e licenças consedidas. No final do século XVIII, mais precisamente em 23 de maio de 1800, cria-se o "plano de exames", um aperfeiçoamento das formalidades e dos exames. é encontrado pela primeira vez em documentos do Reino, o vocábulo "dentista". Convém lembrar que foi criado pelo cirurgião francês Guy Chauliac (1300-1368), aparecendo pela primeira vez em seu livro "Chirurgia Magna" publicado em 1363.
Em 07 de março de 1808, fugindo das forças francesas, o príncipe regente D. João VI, sua corte e a nata da sociedade portuguesa (cerca de 15 mil pessoas) chegavam a Savador, tornando-se o Brasil por esta contigência sede do reino.
Houve um grande surto de progresso.
No hospital de São José, na Bahia, criava-se a Escola de Cirurgia, graças a interferência do Doutor José Correa Picanço, físico e cirurgião-mór; em nome da Real Junta do Proto-Medicato. Nada beneficiou os dentistas na ocasião.
Picanço, a seguir, não só licenciou os profissionais da corte, como sete negros, de baixa classe social, alguns até escravos de poderosos senhores.
Havia nesta época dois ditados populares: "ou casa, ou dente" - ou "ou dente, ou queixo, ou língua, ou beiço".
Indicavam que dado o pouco conhecimento e inabilidade dos "tira-dentes" ocorria frequentemente traumatismos nestas regiões.
Para moralizar esta atividade ante as inúmeras queixas contra os profissionais, o cirurgião-mór determinava em suas "cartas", que o barbeiro poderia exercer a sua arte com restrições, "não sangrando sem ordem de médico ou cirurgião aprovadoe não tirando dentes sem ser examinado". Antes do final de 1808, D. João VI transfere-se de Salvador para o Rio de Janeiro.
Em 07 de outubro de 1809 é abolida a Real Junta do Proto-Medicato, ficando todas as responsabilidades ao encargo do físico-mór e do cirurgião-mór, com a colaboração de seus delegados e subdelegados. O físico-mór do Reino era Manoel Vieira da Silva, encaregado do controle do exercício de Medicina e Farmácia e o cirurgião-mór dos exércitos, José Correa Picanço tinha poderes análogos em relação à cirurgia, controlando o exercício das funções realizadas pelos sangradores, dentistas, parteiras e algebristas.
Alguns cirurgiões também tiravam "carta de sangria" e indiscutivelmente o povo era beneficiado. Nesta época o mestre Domingos, "barbeiro" popular no bairro da Saúde, Rio de Janeiro, se tornou famoso. O negro mestiço exercia sua atividade também na casa de clientes. Sob o braço levava uma esteira de taboa, que servia de cadeira e uma enferujada chave de Garangeot. Dado a manobras intempestivas, algumas vezes extraía também o dente vizinho, mas cobrava apenas um. Às crianças, sugeriu que o dente extraído fosse jogado no telhado, dizendo antes e por três vezes: "Mourão, toma teu dente podre e dá cá o meu são".
Havia um crioulo muito habilidoso que esculpia dentaduras em osso e as vendia na porta das igrejas, após as missas domingueiras. Era só escolher, não só a mais bonita, como também a que se adapta-se o melhor possível na boca.
Em 1820, o Doutor Picanço concedeu ao francês Doutor Eugênio Frederico Guertin a "carta" para exercer sua profissão no Rio de Janeiro. Era diplomado pela Faculdade de Odontologia de Paris e aqui atingiu elevado conceito, atendendo a maior parte da nobreza, inclusive D. Pedro II e familiares. Publicou em 1819, 'Avisos Tendentes à Conservação dos Dentes e sua Substituição', ao que tudo indica, a primeira obra de odontologia feita no Brasil.
Outros dentistas franceses vieram a seguir: Celestino Le Nourrichel, Arson, Emilio Vautier, Henrique Lemale, Eugênio Delcambre, Júlio De Fontages, Hippólito E. Hallais(intitulava-se o dentista das famílias), etc, trazendo o que havia de melhor na Odontologia mundial. Citando, como exemplo, alguns ítens dos Honorários de Guertin:

Dentes artificiais de cavalo marinho ou marfim.........................4000 réis
Natural...............................................................................................12000 réis
Incorruptível (porcelana)................................................................24000 réis

As dentaduras eram constituídas de duas fileiras de dentes, esculpidas em marfim ou adaptadas em base metálica, sendo as arcadas ligadas por molas elásticas. Em 01 de junho de 1924, Gregório Raphael Silva, do Rio de Janeiro, recebeu a primeira "carta de dentista" após a Independência do Brasil.
No dia 30 de agosto de 1828, D Pedro I (1798-1834) suprime o cargo de cirurgião-mór, cujas funções passaram a ser exercidas pelas Câmaras Municipais e Justiças Ordinárias. Mais ou menos nesta época, graças ao francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848) que viveu no Brasil de 1816 a 1831, reproduzindo em gravura a vida brasileira durante o Primeiro Império, Há uma única obra iconográfica do século passado relacionada a atividade de profissionais que exercita aodontologia. Denomina-se "Boutiques de Barbieri" e retrata dizeres: "barbeiro, cabellereiro, sangrador, dentista e deitão bichas".
Em 1839, é criada por Chaplin A. Harris, em Baltimore, Estados Unidos, a primeira Escola de Odontologia do mundo:
Colégio de Cirurgia Dentária. Foram Também seus professores: E. Farmly, E. Becker e S. Brown.
Um dentista português, Luiz Antunes de Carvalho, obteve notoriedade e riqueza, sendo um dos pioneiros na cirurgia buco-maxilar no Brasil. Em 18 de janeiro de 1832 havia obtido em Buenos Aires o direito de exercer a profissão.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1836, sendo o primeiro dentista a registrar sua "carta" na secretaria da Câmara Municipal. Ficou famoso na Argentina pela propaganda em forma de versos e depois em prosa. Já se fazia marketing.
No Brasil foi mais comedido, mas demonstrando sempre ser profissional conhecedor e atualizado, publicou no Almanak Administrativo Mercantil e Comercial: "Luiz Antunes de Carvalho enxerta outros dentes nas raízes dos podres, firma dentes e dentaduras inteiras, firma quexos, céus da boca, narizes artificiais e cura moléstias da boca, rua Larga de São Joaquim,125".
Foi aprovado também na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e o primeiro a se registrar na Junta de Higiene, criada em 1850, em substituição à fiscalização exercida pela Câmara Municipal. A partir de 1840 começaram chegar dentistas dos Estados Unidos e pouco a pouco suplantam os colegas franceses. Luiz Burdell foi o pioneiro, seguindo-se Clintin Van Tuyl, o primeiro a utilizar clorofórmio(só em casos excepcionais) para anestesia, conforme cita em seu livro: "Guia dos Dentes Sãos publicado em 1849.
O Doutor Whittemore, que tornou-se mais tarde o dentista da Corte Imperial, propalava em 1850 ter recebido "uma porção de clorofómio puro para tirar dentes sem dor". Nenrique C. Bosworth também se destacou.
Em 1850, pelo decreto lei 598 é criada a Junta de Higiene Pública, que possibilitou a Medicina uma enorme evolução, principalmente pelas medidas saneadoras. Os três primeiros dentistas que se registraram: Luiz Antunes Carvalho (1852), Emilio Salvador Ascagne (1859) e Theotônio Borges Diniz (1860). Mentes mais lúcidas procuravam a melhoria do ensino e normas um pouco mais criteriosas e moralizadoras àqueles que desejassem praticar o Medicina e Odontologia.
Através do decreto de 15 de agosto de 1851, os novos estatutos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro foram aprovados em 28 de abril de 1854, por proposta de seu diretor, Doutor José Martins de Cruz Jobim. A nomeação contribuiu para o desenvolvimento da profissão, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Em setembro de 1869, graças a João Borges Diniz, surge a primeira revista odontológica: "Arte Dentária".
Mais dentistas chegam dos Estados Unidos, alguns fugindo da Guerra da Secessão (1861-1865): Samuel I. Rambo, Carlos Koth, Witt Clinton Green, Preston A.Rambo, Jonh William Coachman, William B. Keys, Carlos Keys, etc..
Estes três últimos pertencentes à mesma família, constituindo-se até hoje no maior contigente de cirurgiões-dentistas no Brasil (cerca de 120 profissionais de uma só árvore genealógica).
Com os Estados Unidos liderando a evolução técnica e científica mundial, era compreensível que muitos brasileiros para lá se dirigissem afim de se aperfeiçoar. O primeiro foi Carlos Alonso Hastings, natural do Rio Grande, que estudou no Philadélfia Dental College, radicou-se no Rio de Janeiro e modificou o motor Weber-Ferry, que ficou conhecido como motor de Hastings. A seguir viajaram Fio Alves, Também do Rio Grande, os irmãos Gastal, de Pelotas, Francisco Pereira, Alberto Lopes de Oliveira (Universidade de Maryland) e outros.
O decreto nº 8024 de 12 de março de 1881, art. 94 do Regulamento para os exames das Faculdades de Medicina diz:
"Os cirurgiões-dentistas que quisserem se habilitar para o exercício de sua profissão passarão por duas séries de exames: - O primeiro de anatomia, histologia e higiene, em suas aplicações à arte dentária. O outro de operações e próteses dentárias.
Ante os fatos narrados, faltava apenas um líder e visionários para instituir o ensino da Odontologia no Brasil. Vem na pessoa de Vicente Cândido Sabóoia (1835- ), mais tarde Visconde de Sabóia que, assumindo a direção da Faculdade de Medicina em 23 de fevereiro de 1880, resolveu inicialmente atualizar o ensino, tanto material como cientificamente. Logo a seguir cria o laboratório de cirurgia dentária, encomendando aparelhos e instrumentos dos Estados Unidos. Com crédito especial obtido na lei 3141 de 30 de outubro de 1882, monta também o laboratório de prótese dentária.
Pelos decretos 8850 e 8851 de 13 de janeiro de 1883, o cirurgião-dentista Thomas Gomes dos Santos Filho presta provas em concurso realizado em 22 de maio de 1883 e é aprovado em primeiro lugar como preparador. De personalidade marcante, a odontologia nacional muito deve a ele, principalmente por ter descoberto a fórmula de vulcanite e em seguida produzi-la. Conseguiu dessa forma suprir a falta de material e combater os preços abusivos.
Graças ao empenho de Vicente C. F. de Sabóia e Thomas Gomes dos Santos Filho, houve um novo texto nos Estatutos das Faculdades de Medicina do Império, denominada Reforma Sabóias, apresentado dia 25 de outubro de 1884 através do Decreto nº 9311 com seguinte enunciado: "Dá novos Estatutos às Faculdades de Medicina".
- Usando da autorização concedida pelo art. 2º, Paragrafo 7º, da lei 3141 de 30 de outubro de 1882: - Hei por bem que nas Faculdades de Medicina do Império se observem os novos estatutos que com este baixam, assinados por Filippe Franco de Sá; do Meu Conselho, Senador do Império que assim o tenha entendido e faça executar. Palácio do Rio de Janeiro, em 25 de outubro de 1884, 63º da Independência e do Império.
Com a rubrica de sua Majestade o Imperador Filippe Franco de Sá.
Pela primeira vez, no art. 1º, vinha consignado que a odontologia formaria um curso anexo. Assim:
-Art. 1º - Cada uma das Faculdades de Medicina do Império se designará pelo nome da cidade em que tiver assento;
seja regida por um diretor e pela Congregação dos Lentes, e as comporá de um curso de ciências médicas e cirúrgicas e de três cursos anexos: o de Farmácia, o de Obstetricia e Ginacologia eo de Odontologia.
N.B.- a) Havia apenas as Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e de Salvador.
b) Compreende-se porque a primeira Escola de Odontologia de São Paulo , criada em 07 de dezembro de 1900, denominou-se nos primeiros anos , Escola de Farmácia, Odontologia e Obstetrícia de São Paulo.
No capítulo II, a Sessão IV tem o título: "Do curso de Odontologia" - Art. 9º. Das matérias deste curso Haverá três séries:

1ª série - Física, química mineral, anatomia descritiva e topografia da cabeça.
2ª série - Histologia dentária, fisiologia dentária, patologia dentária e higiene da boca.
3ª série Terapêutica dentária, cirurgia e prótese dentárias.

Os três primeiros mestres no Rio de Janeiro foram: Thomas Gomes dos Santos Filho ( ), Aristides Benício de Sá (1854-1910) e Antônio Gonçalves Pereira da Silva (1851-1916) que prestaram relevantes serviços à Odontologia.

Santini