Muita Saliva

Muita Saliva

A saliva tem um importante papel na saúde bucal e sistêmica. Dentro dos transtornos do fluxo salivar pode-se citar o aumento da salivação. Utilizam-se os termos hipersecreção, hipersalivação e ptialismo para descrever o aumento do fluxo de saliva. O termo sialorréia deve ser limitado à sensação de aumento do fluxo salivar.Vários fatores podem atuar de forma concomitante na hipersecreção salivar.

Causas fisiológicas:

Ø Os lactantes têm uma descarga salivar maior até que se desenvolvam os reflexos musculares iniciais da deglutição e do selamento labial. Mais adiante a erupção da dentição, com o incremento da atividade oral podem provocar salivação excessiva.

Ø Durante a gravidez também existe um amento da salivação, principalmente entre o segundo e o quinto mês de gestação.

Causas patológicas:

Ø Alterações do aparelho digestivo:
Origem bucal: dor oral, pulpites, periodontites e irritações locais (feridas produzidas por próteses mal adaptadas ou por dentes fraturados). O fluxo salivar aumenta por excitação das terminações sensitivas da região, desencadeando o mecanismo de defesa. Alterações inflamatórias faríngeas ou amidalites também podem originar ptialismo.
Causas esofágicas: espasmos, câncer, introdução de corpos estranhos no esôfago.
Causas gástricas: hérnia de hiato, úlcera duodenal que provoca pirose e hipercloridria e produz uma hipersalivação para neutralização do ácido.
Causas intestinais: helmintíases.
Causas hepáticas: litíase e hepatite viral.

Ø Intoxicações exógenas por mercúrio, iodo ou chumbo e endógenas como uremia.

Ø Na fase crítica de determinadas enfermidades infecciosas.

Ø Causas neurológicas: neuralgias faciais, doença de Parkinson e epilepsia.

Ø Causas endócrinas: hipertireoidismo e pseudo-hiperparatireoidismo.

Ø Causas farmacológicas: determinadas drogas podem alterar a produção de saliva. O mecanismo de ação é múltiplo e atua por diversas vias produzindo uma ampla variedade de efeitos farmacológicos. Podem alterar os receptores de acetilcolina ou inibir a colinesterase. Os fármacos geralmente empregados são a pilocarpina e levo-dopa.

Ø Outras causas: síndrome de Riley-Day (caracterizada pela transpiração excessiva, sialorréia, erupções cutâneas e flutuação na pressão arterial). Em 1989 Lieblich descobriu uma nova forma de sialorréia denominada sialorréia paroxística idiopática, na qual a produção excessiva de saliva se dá uma ou duas vezes na semana com duração de 2 a 5 minutos, esses episódios são precedidos por náuseas e dor epigástrica.

Ø As causas da hipersalivacão devem ser pesquisadas considerando a presença de problemas psicogênicos, assim como a incontinência labial ou uma deficiência de deglutição.

Conseqüências:
Estas variam dependendo da intensidade da hipersecreção. Freqüentemente há descamação dos lábios, queilite angular e dermatite ao nível do mento.
Pode apresentar ocasionalmente fadiga muscular por uma constante deglutição. Também pode haver mudança no paladar (ácido, doce, metálico).
Em alguns casos, pode haver uma barreira social, pois os pacientes acabam possuindo um aspecto desagradável e incômodo, com uma face característica e odor desagradável pelo acúmulo constante de saliva.

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